
Depois de um longo período de latência, ocultada dentro fortaleza
econômica americana, a bolha imobiliária inevitavelmente explodiu, e causou grandes prejuízos em todo o
setor financeiro, as bolsas do mundo inteiro caíram vertiginosamente; além disso, gigantes bancos americanos, fontes de boa parte da base do crédito oferecido ao planeta tiveram fortes perdas, e 12 já declararam falência; a médio prazo isso causará uma relevante desaceleração na economia. Alguns insinuaram comparações com a crise de 1929, a maior que o século passado atravessou, pois, também nasceu no berço do capitalismo moderno, os EUA, e que com a intervenção
ativa do governo, encerrou o chamado liberalismo clássico. A partir daí a nova doutrina, neoliberal, vigente até hoje, propõe a não ou a mínima participação do Estado, enquanto nação, na economia de mercado, literalmente o
ainda:
"laissez faire, laissez aller, laissez passer", que significa "deixai fazer, deixai ir, deixai passar", o que dá as empresas grande autonomia; diante do colapso financeiro que os EUA enfrentam e que contamina o resto do mundo, o Estado americano teve então que contradizer esse
viés, e intervir para evitar que os bancos que são as pernas do capitalismo fossem arrancadas, para salvar o sistema, além de
barganhar a seguradora
AIG,
injetou quase 180
bilhões na economia visando acalmar o mercado diminuir a volatilidade e aumentar a liquidez (a confiança do investidor), e o
FED ainda deve criar um fundo de cerca de 500 a 600
bilhões em busca de conter essa devastação sem precedentes.
Agora, se esses bancos estavam à beira da bancarrota, por que será que não houve um plano cautelar de ajuda do governo no intuito de evitar a quebra e a falência dessas instituições supra importantes. Será que deixar fluir esse clima de tensão e temor, e em seguida reerguer a economia gloriosamente com todo o poderio imperialista, não foi estratégia? Pode ser que não, mas historicamente eles vêm se autodenominando salvadores da Terra, detentores da liberdade, mas enfim, são coisas que só a teoria da conspiração no seu mais alto grau de ironia pode explicar.
Pensando a crise a nível de Brasil, por enquanto só algumas baixas na bolsa que somente seguiu a tendência global, embora tenha um certo equilíbrio no momento; nosso banco central vendeu algumas centenas de milhões de dólares objetivando segurar a subida do dólar e manter o cenário interno do país intacto contra os efeitos da depressão. Como a crise do crédito hipotecário nos Estados Unidos atinge diretamente os bancos, então por que os bancos brasileiros estão imunes? A resposta é bem fácil e 'velha', dá para responder por silogismo: quem mais lucra e tem maior rentabilidade com os elevados juros no país são os bancos privados, logo, não têm porque se aventurar comprando títulos de hipoteca estadudinense. Veja como a vida e essa frase são irônicas: Lula que tanto deu lucro os banqueiros e é criticado por isso, hoje tem o mérito do seu governo, que é a economia, 'salvo' pelos bancos privados.