quinta-feira, 27 de novembro de 2008

ISO Brasil: brazilian way

O incontestável crescimento econômico no país, nos últimos anos, fez surgir uma massa de consumidores de turismo dentro da classe C brasileira, conseguintemente, a busca por turismo internacional sofreu um boom histórico, nunca houve tantos visitantes brasileiros pelo mundo. Também estão guardados nesse prisma os estudantes que partem para o exterior em busca de intercambio cultural e conhecimento. Em contraste com o esse virtual cenário de bonança no patamar econômico, outros brasileiros menos abastados, vêem noutros países, oportunidades de trabalho, e melhores condições de vida que no Brasil não se tem, são a maioria, os imigrantes sazonais. Os modos de vida do brasileiro no exterior são bastante peculiares, tão peculiares que ajudaram a montar a figura do cidadão brasileiro que é exportada para os gringos. O estereótipo socialmente construído sobre a imagem do imigrante brasileiro não é lá tão enaltecedor, muito menos digno; o ‘padrão-Brasil’ tem como primeira característica atribuída, a ilegalidade, sem o salvo-conduto nossos compatriotas são alvos em potencial de qualquer mínimo delito. Em tempos de crise, como agora, onde os instintos ultranacionalistas estão cada vez mais aguçados, a xenofobia torna-se um fenômeno nítido em qualquer nação rica e soberba; apontados a dedo-duro e enxotados da sociedade sob a acusação de tomar os empregos que poderiam ser dos cidadãos locais, passam por situações desagradáveis e constrangedoras. A burocracia e dificuldade que há para se ingressar em um país da Europa ou nos EUA mostram o magnânimo desprazer que têm em receber estrangeiros, sobretudo de país pobres. 

Continuando, o brasileiro adquiriu certa “fama” no cenário internacional, que é a de caçar ascensão social e destaque, seja pelos meios menos usuais possíveis, a exemplo da prostituta brasileira que se envolveu num caso libidinoso com o ex-prefeito de Nova Iorque; mas com certeza existem exemplos, mas agravantes, para não dizer detestáveis ou execráveis, o que nos deixa irresolutos como brasileiros, a ponto de envergonhar. Suportar a presença de um brasileiro no exterior parece está sendo uma tarefa a cada dia mais enfadonha; em eventos internacionais, transmitidos ao mundo, em que o Brasil esteja sendo representado de alguma maneira, sempre há um típico e estereotipado brasileiro com o inseparável “kit do brasileiro”: a peruca verde e amarela, a corneta nas mesmas cores e a glamorosa, exaltante e enorme bandeira do “brasilzão” nas costas, que com seus pandeiros e bombos, destoam um som grave no sensível tímpano do gringo. Expostos ao ridículo, essa aparência tem sido exportada como um produto, criou-se uma indústria; quem nunca notou aquele grupo de mulatas em trajes mínimos, dançando ao som do samba numa arquibancada qualquer pelo mundo. Incompreensível, é o fato de que quando estão em terras tupiniquins não demonstram esse nacionalismo exacerbado. Estando aqui há uma inversa, somos antropofágicos, queremos ser europeus, seguimos a mítica do macaco, sempre imitando, reproduzindo e admirando a cultura alheia, alienados, aceitando e gozando com aquilo que nos é imposto externamente. Falta nacionalismo, falta amor ao que é nosso quando estamos no nosso país. Deve ser essa a razão do brasileiro no exterior, poder liberar seu espírito verdadeiramente brasileiro.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Eu tenho um sonho

O povo americano já escolheu presidentes que se tornaram heróis nacionais e até internacionais, os nomes são inúmeros, desde George Washington, Thomas Jefferson, o grande Abraham Lincoln, Roosevelt, John Kennedy, Reagan, e por que não dizer, Bill Clinton. Políticos fascinantes que construíram o império americano sobre o mundo, mas em revés a isso, nem sempre o sufrágio decidiu pela opção mais positiva para os EUA. A unanimidade na escolha ingênua se vê em presidentes como os Bush’s, que só trouxeram ao país desastres militares e instabilidade econômica. Bem-aventuradas foram essas eleições de 2008, que deram um final merecidamente melancólico a uma política republicana antiquada, racista, ultraconservadora, idiossincrática absolutista, de incursões “anexadoras” fracassadas, e que vai sendo encerrada da pior maneira, um Estados Unidos com baixa credibilidade no cenário internacional, perdendo valores no conceito público, e com a economia à beira da bancarrota, um Estado débil. É um fim desgraçado e lastimoso para os cowboys do oeste.

Do lado vitorioso da moeda, a mudança, a renovação, mas, outrossim, o enigma; Obama herdará uma ruma de problemas, entre eles, índices de desemprego nunca vistos antes naquele país, o poder soberano das instituições financeiras em xeque, afetado por uma crise econômica nascida no coração economia mundial. Também, será uma questão a ser resolvida por Barack, as tropas americanas entranhadas em guerras por ai a fora. Porém, o que parece mais incomodar o eleitor americano é a ameaça de perca do status de: “país da independência”, bordão que já exauriu esse preceito há alguns séculos. Semelhante a uma produção dramática do cinema americano, a “salvação” vem de maneira contraditória, do lugar que ninguém esperava, ela vem do menor estado, vem do Havaí, uma minúscula ilha do Pacífico, para livrar da ruína os gigantes de Manhattan e companhia. Eleger um negro para a presidência representa um ‘sim’ para a democracia, também, denota a resposta positiva do soberano povo americano, que finalmente “caiu na real”, e pôde escolher no momento mais alarmante da sua história justificar a fama de povo independente; endireitou os seus caminhos, e optou pela mudança, substituiu aquilo que os vinha consumindo por aquilo que irá renová-los. As feridas do 11 de setembro já estão saradas, feridas que por vingança ou por medo, fizeram os americanos reelegerem G. Bush, mas o período das trevas é chegado ao fim. Metaforicamente, Obama simboliza o Sul escravista de joelhos pelo perdão ao negro escravizado, com já disse outro, Obama é preto, liberal, tem nome de muçulmano, Obama é tudo que a América nunca quis e que parece querer agora. O próprio Obama disse que consertar os erros de 8 anos de uma gestão catastrófica não será fácil e nem rápido, porém, com a força e grandeza do país e do povo americano, os Eua agarrarão com unhas e dentes o posto de nação número um. Será uma grande virada, gloriosa; voltarão a razão e a inteligência, que foram escorraçadas da América nos últimos anos.