sábado, 29 de março de 2008

Epidemia: Ser ou não ser? Eis o problemão

Os cariocas vem enfrentando nos últimos dias uma grave crise no sistema de saúde do estado, mas essa não é aquela crise "comum" que eles e boa parte da população brasileira enfrentam habitualmente, não; não é aquela dos hospitais sucateados, da falta de infra-estrutura, da falta de médicos, e de bons médicos, das infindáveis filas de 4 horas em pé, do SUS em geral; não, dessa vez a coisa desandou de vez, uma séria epidemia de dengue, mas, peraí, o governador, César Maia disse em uma entrevista que ainda não era epidemia; horas depois ele voltou atrás e admitiu a gravidade do problema. Mas o que realmente é uma epidemia? Segundo uma das definições do dicionário Aurélio: Doença que surge rapidamente num lugar e acomete, a um tempo, grande número de pessoas. Para dimensionar o fato; no ponto mais critico, o Rio de Janeiro estava numa progressão de uma pessoa infectada pelo vírus, a cada 30 segundos. E hoje já são mais de 30 mil vítimas, 114 óbitos no ano. Se isso não for uma epidemia...

Outra coisa que nos inflama os nervos, é que ao invés de reconhecer o total descaso da sua gestão com relação à saúde, o governador, tenta transferir a responsabilidade e a culpa para outrem, no caso, o ministro da saúde, José Gomes Temporão. Outro disparato proferido por "César", foi que, o problema da dengue só será resolvido quando o Brasil se tornar um país de clima temperado. Na Bahia, ele fez a seguinte afirmação: “Pedi ao Senhor do Bonfim que nos ajude, que leve o mosquito da dengue em direção ao oceano e que nos proteja. Isso é uma energia muito forte que temos na Bahia. E vim aqui para levar ela para o Rio". Um absurdo.
Para amenizar a situação, inaugurou um hospital no Rio; mas será que essa é uma solução? O melhor não seria regular e melhorar os já existentes? Pense!


Para abrir um paradoxo bem sucinto, vale a pena abordar que em Palmas-TO, quem não combate a dengue, é denunciado à polícia, essa por sua vez, vai in loco averiguar, e o responsável pode responder judicialmente; no Rio a polícia tem tarefas bem mais árduas e distintas para se preocupar.
Uma questão também interessante, são os famosos que "pegaram" a doença, Luciano Huck e Grazielli Massafera; nesse caso fica a interrogação, pessoas de boa formação intelectual, "ricos", de alto garbo, será que eles não têm a preocupação de saber como anda a a "situação-dengue" de seu domicílio; não somente para proteger-se, mas também à sua família.
Nas últimas notícias sobre a crise; a juíza Patrícia Cogliatti de Carvalho, determinou que clínicas e hospitais particulares e unidades conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) atendam, de graça, pacientes com suspeita ou diagnóstico de dengue, sempre que a rede pública estiver sem vagas. Outra, é que a dengue tipo 4 poderá atingir algumas regiões do Brasil, esse vírus é um agravante do vírus mais comum. A culpa maior disso tudo é dos governantes sem políticas preventivas, e sem investimento em saúde e saneamento, mas as pessoas também têm uma boa parcela de culpa, (sem sermão), pois se cada um fizesse a sua parte, isso com certeza não estaria acontecendo.



domingo, 23 de março de 2008

22 de março: A Paraíba e a água

No dia mundial da água, pode-se dizer que o estado da Paraíba tem bons motivos para comemorar, a não ser pela decretação de estado de emergência feita pelo ainda governador Cássio Cunha Lima, com intuito de atender as cidades mais afetadas pelas chuvas que atingiram e causaram danos materiais e até vítimas fatais em alguns pontos do estado. Com relação aos recursos hidrícos a Paraíba recebeu na última semana um grande volume de água proveniente de fortes chuvas em todo território, principalmente no Sertão, onde o clima árido e o baixo índice pluviométrico sempre castigaram os habitantes da região. Hoje, segundo a AESA (Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba), nove açudes atingiram a capacidade máxima, e estão "sangrando", outros dois estão na faixa de 97% de capacidade, e o maior reservatório do Estado, com 1,3 bilhões de metros cúbicos, o açude Coremas/Mãe Dágua, está com 70% de sua capacidade total; e pelo que indica os dados meteorológicos, as chuvas deverão continuar a cair nos próximos dias; o que nos leva a crer que outras barragens irão sangrar. Para se perceber claramente a dimensão desse fato; Cabaceiras (a "Roliúde" brasileira, como assim é chamada), cidade com média pluviométrica anual de 300mm, registrou em apenas 48 horas, um acúmulo de 280mm; uma verdadeira anomalia para essa região.


Na semana anterior a essas chuvas que precipitaram sobre a Paraíba; como um preâmbulo, houve, na cidade de Monteiro, um ato pró-transposição, ato político, diga-se de passagem; onde estavam presentes representantes dos quatro estados que receberão parte da água do Rio São Franscisco, além de lideranças religiosas e comunitárias. Também estava presente o ministro da integração nacional, Geddel Vieira Lima. A foto ao lado demonstra categórica o caráter essencialmente propagandístico a que se deteve esse evento, Cássio embelezou o momento dizendo:

"Estamos aqui deslumbrando o amanhã, o futuro nos foi
negado durante séculos.
De forma especial, Paraíba, Rio Grande do Norte,
Pernambuco e Ceará estiveram
tolhidos de vida digna, do desenvolvimento
econômico, por falta de água"
É verdade, a transposição trará desenvolvimento e progresso à Paraíba, e ao Nordeste setentrional, mas o projeto de integração das bacias ainda é questionado por alguns especialistas, e ainda há vigorosos debates sobre esse tema. Diferentemente de Dom Luiz Cappio, o famoso bispo que fez greve de fome por conta do início das obras de transposição; o arcebispo da Paraíba e presidente do Comitê de Defesa do Projeto de Integração de bacias, Dom Aldo Pagotto, que é a favor do projeto; em seu discurso, pediu que a água que irá chegar seja bem cuidado, disse também, que não é pelo fato de que iremos ter mais água a disposição, que devemos desperdiçar. Parece que o problema da água e da seca na Paraíba, já não será mais problema, logo, não será pretexto para o baixo crescimento e nem para a pobreza no Sertão e no estado como um todo.

terça-feira, 18 de março de 2008

Entre a paz e o socialismo mascarado




Essa semana o Tibete está sendo notícia em todo mundo; graças a informação surgida de que monges budistas teriam sido presos depois de realizar uma passeata para marcar os 49 anos de um levante tibetano contra o domínio chinês. Após esse acontecimento, milhares de tibetanos, entre eles Dalai Lama, líder político e espiritual que vive exilado, ele afirmou que está havendo um genocídio cultural contra os tibetanos por parte da China que controla essa região desde os anos 50.

A partir de então iniciou-se diversas trocas de acusações entre os dois lados; Pequim afirma que 10 pessoas morreram no confronto com a polícia chinesa, por outro lado líderes tibetanos contabilizam que ao menos 87 cadavéres já foram encontrados. Na Suíça manifestantes protestam diante da sede do COI (comitê olímpico internacional), para denunciar as medidas repressivas adotadas pela China, prestes a realizar um evento mundial como é as olimpíadas. Especulou-se entre esportistas europeus a idéia de boicote aos jogos olímpicos, mas logo foi desconstruída e rejeitada pelos membros do COE (comitê olímpico europeu), que justificou dizendo ser necessário separar esporte e política.

As autoridades chinesas sempre usam da força, da repressão, e muitas vezes do encobertamento, para passar ao mundo uma imagem de paz, progresso e êxito. Um exemplo claro e recente, foi a descoberta da morte de 6 operários chineses que trabalhavam na construção do estádio "ninho de pássaro"; a morte deles não foi divulgada, possivelmente para não manchar a imagem de tão imponente obra da mão humana.

Essas forças separatistas reacionárias tibetanas esperaram o ocasião mais propícia para manifestar o seu descontentamento com a política autoritária, repressiva e ditatorial do Partido Comunista Chinês, escolheram os holofotes das Olímpiadas, momento em que toda a opinião pública estaria voltada para a sua causa, e a ONU, ou algum outro órgão internacional, tomasse uma atitude impactante; algo que até agora não houve.
Com essa postura eles procuram desmascarar a nível mundial, essa China do crescimento econômico de 10%, do progresso repentino, do maior espetáculo olímpico que a Terra jamais viu; e apresentar ao mundo, por meio da mídia, a China da galopante corrupção política, dos altos índices de poluição, da destruição ambiental, da fome na maioria da população, e que mascara um capitalismo podre com véu da revolução socialista, "etc podres".

terça-feira, 11 de março de 2008

Do latim Petroleum: o sangue negro

Não, isto não é uma matéria sobre o premiado filme americano. Na verdade é sobre o petróleo; a chave-mestra da guerra entre os Estados Unidos, ou melhor, entre Bush e o Iraque. O petróleo também é objeto de conflito militar em vários países do mundo, sobretudo no Oriente Médio.

O assunto em questão é o petróleo como um dos principais elementos devastadores da biosfera, e teor de disputas políticas, ancoradas principalmente pelo superconsumo norte-americano; para se ter uma dimensão desse fato, os EUA consomem 80% de todo petróleo produzido no mundo, proporcionalmente é o pais que mais suja a nossa atmosfera e ainda se repugnam a assinar o tratado de Kyoto, para a diminuição da emissão de gases poluentes, e tal, tudo isso é fato.


Vale a pena explanar, que o motivo da guerra EUA x Iraque, pelo que se dizia na época, foi a medida tomada pelo Iraque de abandonar o padrão Dólar, e adotar o padrão Euro nas suas transações petrolíferas, já que o Dólar vinha numa crescente queda; e se isso entoasse uma reação em cadeia na OPEP, comprometeria seriamente o império de Bush. Isso era o que ele menos ansiava por isso resolveu intervir, e houve todo aquele desenrolar, e até hoje ele veste o manto das armas de destruição em massa. Como as coisas no Oriente Médio continuam as mesmas, vamos à América; a velha richa entre Chávez e Bush ainda causa apreensão, cada farpa trocada entre eles gera repercussão; Chávez como membro permanente e ativo da OPEP, e opositor declarado de G. Bush, o venezuelano cogitou em diversas reuniões da OPEP, a mudança generalizada do padrão Dólar, acirrando ainda mais as desavenças com o presidente americano.


O petróleo tem um futuro certo; se continuar com o progressivo ritmo de consumo, esgotar-se-á, nas mais otimistas projeções, no final deste século. Atualmente, o preço do barril de petróleo vem numa estonteante subida, um dado alarmante e que causa preocupação, foi de que o preço do barril há 5 anos atrás era de 21 US$ (dólares), hoje barril está dos 105 US$, (e mais precisamente hoje dia 11 de março de 2008) chegou aos 109 US$, com certeza um recorde histórico. E num futuro próximo isso gerará disputas e contendas mais generalizadas por esse bem, que mais do que a cabal destruição do meio ambiente, seja também motivo de uma "destruição antropológica"; pelo sangue negro.

Crise internacional?




Essa semana Brasil e Espanha e vem demonstrando claramente como não usar a diplomacia. Tudo começou quando um grupo de cerca de 15 brasileiros foram impedidos de entrar na Espanha, ao tentar desembacar no aeroporto de Barajas em Madri. No dia seguinte a esse episódio a polícia federal impediu a entrada de 8 espanhóis no nosso país. Os brasileiros barrados disseram que foram mal tratados, humilhados e tratados como bicho.

O Brasil por sua vez, invés de usar o diálogo e a boa diplomacia com o governo espanhol, não, pagou com a mesma moeda, retaliou as medidas tomadas pela Espanha, fazendo "vista fina", e bloqueou mais 5 cidadãos espanhóis. Isso gerou um clima tenso e embaraçoso em entre os dois países. O diálogo seria a melhor saída para "crise". Mas não foi só o Brasil quem tomou medidas equívocadas, a Espanha, mostrou uma faceta torpe, no tratamento aos turistas; e quis "descontar" sua prévia falta de política para com imigrantes nos brasileiros, que por sinal não tinham nada a ver com essa história de imigração, eles eram apenas estudantes, que viajaram ou a trabalho, ou para estudo, estavam apenas de passagem por lá. Temos de esperar que os rumos desse; vamos eufemizar, desse mau entendido, seja o constante diálogo e a regulamentação e fiscalização, sem deturpações, da política imigracionista desses dois países que sempre forma parceiros. "...e no final tudo acaba bem..."

quarta-feira, 5 de março de 2008

América: Direita versus Esquerda




Antes de mais nada, vamos conhecer os opositores. No canto esquerdo; digo, à esquerda, são eles: diretamente de Bolívia, o senhor do gás; com três usinas de gás nacionalizadas, Evo Morales entra nessa briga apenas como coadjuvante. Junto a ele temos o equatoriano Rafael Correa, ele acusa seu principal oponente, Álvaro Uribe presidente da Colômbia, de atentado, e de invadir o espaço aéreo do Equador. O terceiro vértice desse triângulo e o populista Hugo Chávez; aliás todos os citados são populistas, mas voltando, Chávez não está entrando nessa briga para dar apoio ao amigo equatoriano, a verdade é que ele enquanto pseudo-socialista-populista vive se intrometendo na política dos seus "países amigos", e encobre isso com o manto da aliança política-socialista-revolucionária; que, falemos a verdade, não tem nada de socialismo. A desavença começou quando a Colômbia invadiu os espaços aéreo e terrestre equatoriano na busca de Raúl Reyes, segundo homem das FARC, que acabou sendo morto no ataque. O Equador exigiu a retratação e o pedido de desculpas do presidente colombiano, como isso não aconteceu, Correa rompeu relações diplomáticas com Bogotá.


No canto direito e capitalista, estão os amigos George Bush e Álvaro Uribe, eles que diferentemente da "aliança socialista", consideram as FARC, não como um grupo revolucionário de esquerda, mas como uma organização narco-traficante-terrorista, que usa o seqüestro para financiar suas ações. Bush, como "grande timoneiro" do anti-terrorismo, concedeu uma ajuda de 5 bilhões de dólares à Colômbia para o combate ao terrorismo das FARC. Deve ser por isso que eles são tão amigos. Com relação à Uribe, ele reconheceu que invadiu á soberania equatoriana, mas negou-se a pedir desculpas, e acusou Correa de abrigar o terroristas. O governo colombiano está culpando a Venezuela de proteger o terrorista número um das Farc, Manuel Marulanda, que estaria escondido nesse país.
No meio dessa confusão, como árbitro, está o Brasil; Brasil que hoje em dia ninguém sabe dizer quem e direita e quem e esquerda, representado por Lula, e que, diga-se de passagem, fazendo uma ótima arbitragem, tentando acalmar os ânimos mais exaltados; em viagem ao nosso país, Correa, teve uma breve conversa com Lula, ele pediu apoio e disse que só ficará satisfeito quando houver um "rechaço categórico" da Organização dos Estados Americanos (OEA) à incursão colombiana, e depois que Uribe pedir desculpas claramente e reconhecer a "cantinflada" (trapalhada) de tentar relacionar o Equador com as Farc.
Diante dessa história, só nos resta como mero espectadores, torcer pela sã vivência da América em que sofremos.