sábado, 31 de maio de 2008

À soberania da Amazônia

De lá o The New York Times indagou: de quem realmente é a Amazônia? De cá Lula respondeu: do povo brasileiro. Mas será que o presidente tem razão?
Em meio à troca de ministros do meio ambiente Marina Silva por Carlos Minc, o jornal americano levantou a questão, sobre quem de fato deveria ter o domínio da floresta amazônica, defendia também a internacionalização da mesma.
A operação Arco de Fogo, da Polícia Federal, iria coibir os desmatamentos ilegais, ou seja, os reais donos da mata: os madeireiros, barões da soja e criadores de gado, já que o IBAMA sozinho não tem pessoal e força jurídica pujante para conter estes que são a principal causa da destruição ambiental na região; mas a operação foi sutilmente reprimida em alguns estados, onde governadores cúmplices da desordem, interviram e pressionaram politicamente.
O novo ministro, Carlos Minc, liberal progressista, não pelo partido, mas sim por suas ações, parece que vai superar a estagnação da política ambiental usando a tática do "um morde o outro assopra"; o ministro disse que vai "agilizar" as concessões ambientais, em troca, já anunciou a liberação de 1 bilhão para recuperar áreas degradadas da floresta. O discurso do (PAS) Plano Amazônia sustentável, que busca um crescimento equilibrado na região, está sendo confundido com o (PAC) que visa o progresso infra-estrutural sem grandes preocupações ambientais.
Os índios também fazem parte do bioma Amazônia, e estão sujeitos ao descaso e esquecimento político-social, o que os torna alvo fácil para ação de interesses econômicos, a reserva indígena Raposa Serra do Sol é um exemplo, desse tipo de prática. Segundo políticos nortistas, ONGs que atuam na Amazônia sob o manto da defesa ambiental, defendem interesses estrangeiros nas riquezas minerais do lugar. Infiltradas nas comunidades, essas organizações financiam entidades em Roraima que defendem as reservas indígenas contínuas na Amazônia para não permitir o maior controle brasileiro sobre essas áreas. A operação Upatakon 3, da PF, visava retirar toda a população não-indígena de dentro da reserva, mas foi suprimida por ação do governo de Roraíma. Somado a isso as declarações do general Augusto Heleno, de que a política indigenista é caótica e ameaça a soberania do país, não foram bem recebidas pelo governo Lula, que o repreendeu e reprovou sua atitude. Voltemos à pergunta do início; Lula pode até ter razão em dizer que a Amazônia é dos brasileiros; mas, de que brasileiros, o presidente é um desses brasileiros, então por que ele não age pessoal e afetivamente em defesa desse patrimônio que antes de ser um objeto de disputa, e uma área de uma imensa biodiversidade e com grande importância científica, biológica, ecológica, climática e geográfica para todo o planeta.
"A Amazônia não pertence somente aos brasileiros, e sim ao mundo" Al Gore- Ex-presidente americano e vencedor do prêmio Nobel da Paz.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Acordo ortográfico: contraponto

O acordo que uniformiza a ortografia dos oito países de língua portuguesa(Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) nem entrou em vigor ainda, mas desde já causa polêmica em algumas frentes da sociedade, tanto brasileira como portucalense; as outras nações de menor expressão envolvidas, não entram ativamente no mérito da questão, primeiramente porque seria inútil, eles não têm peso político, segundo, porque diferente dos seus primos lusófonos "ricos", há coisas mais ponderáveis a tratar. As resistências maiores são em Portugal, pois o tratado modifica 1,6% do seu vocabulário, e apenas 0,45% do brasileiro; eles reclamam que haverá uma "abrasileiramento" da língua, até mesmo porque palavras com consoantes mudas (ex.: projecto, óptimo) que são comuns e estão na raiz histórica do país, irão desaparecer.
No Brasil, a TV Globo apresentou uma reportagem no jornal nacional sobre esse assunto, só que transmitindo a informação a partir de uma visão maniqueísta e positivista, típica e 'natural' dessa emissora. Mostrou-se somente os poucos pontos positivos do tratado, deixando de fora do saber público "menos instruído", várias questões. Por exemplo, os custos social e financeiro, os gastos com a mudança, milhões de livros obsoletos irão para o lixo ou serão queimados, uma fortuna será gasta para repor o acervo de bibliotecas, escolas e outros.

Outro fator, e esse um fator político-capitalista, é que as grandes editoras de Portugal e principalmente do Brasil, já visam esse mercado africano, não que esses países tenham um grande contingente de leitores, mas governos costumem comprar muitos livros didáticos, um exemplo crasso desse tipo de prática é o nosso país, embora a compra seja interna e o livro não chegue sempre nas mãos do seu destinatário. O interessante é que já havia uma concordância ortográfica entre Portugal os países africanos de língua portuguesa e o Timor Leste, esse acordo só era quebrado pelo Brasil; talvez fosse esse o momento de consolidar um idioma próprio e único, como símbolo e patrimônio do nosso país, tal qual Policarpo Quaresma. Ainda sobre as desvantagens do acordo filólogos e gramáticos divergem sobre a real importância da unificação; uns dizem que é imperfeita e parcial, outros falam que há um necessidade de difusão internacional do Português, para isso é indispensável a padronização.
A verdade é que essa reforma trará mais contras do que prós; com a supressão do trema (¨), palavras como eqüino (cavalo) e equino(ouriço-do-mar), ficaram sem distinção, o acento diferencial também sumirá, vocábulos como pára (verbo) e para(preposição), ficarão isográficas, dificultando a interpretação, embaraçando a compreensão. Sai perdendo o usuário da língua e o leitor da grafia.
Imbróglios lingüísticos ou linguísticos a parte, o fato é que a língua é o principal instrumento da comunicação humana, constrói suas relações, sendo o elemento mor daquilo que é tido como nação.
"A língua é aquilo que abre nossa mente, é aquilo que nos possibilita compreender o mundo, portanto a língua é aquilo que nos faz mais humanos" José Luiz Fiorin-professor de Lingüística da USP.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Terra em transe: teoria do caos, e o homem por trás da destruição

Os desastres "naturais" atingem difusamente o mundo(alguns lugares são mais propícios, é certo), muitas vezes sem prévio aviso, diminuindo a possibilidade de evitação de vítimas; historicamente esses eventos são relativamente raros e se dão de maneira avulsa, de tempos em tempos, mas, do começo do século passado para os dias atuais, fenômenos assim estão se tornando algo corriqueiro, afentando com mais voracidade e frequência, de modo bem mais homogêneo, regiões da Terra que antes não eram atingidas. O ciclone Nargis se formou no Oceano Índico, resultado do choque entre ventos frios e o vapor que surge do mar aquecido, em seis dias, chegou enfurecido ao continente asiático, foram ventos de mais de 200 km/h; pelos números oficiais, já são 78 mil mortos, 2,5 milhões de desabrigados. O pior disso tudo, foi ver o governo militar de Mianmar não aceitar a ajuda internacional sob o falsificado e nada ético discurso de: perder a soberania e a independência, e sofrer influência da cultura ocidental. Uma lástima.
A China não é um país assim tão acostumado a terremotos, o último que causou destruição tinha sido há 32 anos; mas o do dia 12 de maio desse ano, foi aterrador, mais de 72 mil mortos, lá o governo aceitou humildemente o auxílio externo. Terremoto não tem nada a ver com poluição e nem com degradação ambiental, e óbvio, e, sem querer defender e até transcender a hipótese de Gaia, mas, a China é o país que mais poluí e deteriora o meio ambiente em troca de desenvolvimento e riqueza imediatas, se os fins justificam os meios, a natureza reage para reequilibrar, e reagiu, mesmo que asperamente.
No Chile, o exemplo cabal, um vulcão adormecido a mais de 7 mil anos, o Chaitén cobriu extensas aréas da Argentina e do próprio Chile de cinzas, com direito a chuvas de cinza vulcânica em alguns locais. O céu e a terra se uniram por uma coluna de cinzas e monstruosas descargas elétricas, decorrentes da intensa atividade vulcânica.
A interferência efetiva e negativa do homem, alterando, dastricamente o ciclo natural das inter-relações entre as várias esferas terrestre em um sistema tão complexo como é a natureza, o torna a principal referência de causa para o visível desequilíbrio que há no planeta; a teoria do caos por exemplo, demonstra que o ser humano é o agente responsável por essa distorção da natureza como um todo.
“Temos que parar de poluir o quanto antes para não chegar a um ponto em que não existirá retorno" Norman Miller-pesquisador universidade Berkeley

sábado, 10 de maio de 2008

Biocombustíveis e alimentos. Será que Malthus tinha razão?

O biodiesel e o etanol, combustíveis derivados de fontes renováveis, foram desenvolvidos com objetivo de reduzir os níveis de poluição e os custos da utilização do petróleo. Porém, após a eclosão da crise e o aumento na produção de alimentos no mundo, o projeto dos biocombustíveis vêm sendo questionado, especialistas estrangeiros, e leigos opositores do governo, afirmam que o biocombustível está tomando o lugar da produção de alimentos. Na verdade estão usando esse argumento, para fazer dessa bioenergia um bode expiatório para explicar o súbito aumento do preço dos alimentos, especialmente dos grãos. Nos EUA, Bush pediu ao congresso 770 milhões para atenuar a crise; com certeza uma manobra melindrosa para conter o preço do petróleo, por trás de um ponderável investimento em agricultura a curto prazo. O Brasil poderia sair como grande vitorioso desse estado de tensão que o mercado alimentício atravessa; a grande extensão de terras agricultáveis, a maioria sem risco de comprometer o meio ambiente, clima ideal, e grandes redes hidrográficas, essas condições aliadas à um investimento maciço do estado em infra-estrutura (estradas, portos, logística em geral), chegaríamos a dobrar o atual patamar de produção; nosso país poderia se tornar o "celeiro do mundo".
O alarmante "boom" populacional na China, na Índia e em outros países da Ásia; uma relativa diminuição da pobreza desses países, juntamente com o Brasil e a América Latina, o aumento do consumo, ou seja, uma mudança do perfil econômico dos países em desenvolvimento; e como Lula diz: 'mais pobres comendo', o mundo se vê em meio a um suntuoso aumento na demanda de grãos, correndo o risco de uma suposta escassez. Isso nos remete inevitavelmente a lembrar da carcomida e inaceitada: Teoria populacional malthusiana(1978), segundo ela, a melhoria das condições de vida em geral, provocaria um crescimento acelerado da população, de tal maneira que comprometeria os recursos alimentícios, gerando uma fome heterogeneizada no planeta. Essa tese, explicitada genericamente aqui, caiu por terra há muito tempo no meio científico, mas analisando o contexto mundial atual dá para se fazer uma alusão, e até reerguer e reformular essa teoria em acordo com o momento histórico atual.

sábado, 3 de maio de 2008

A questão Ingrid intro Brasil

As FARC, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, consideradas organização terrorista pelo governo da Colômbia, pelo governo dos Estados Unidos, Canada e pela União Européia, mas desclassificada desse gênero pelo governo brasileiro, que adotou a denominação de guerrilha narcotraficante ou ainda insurgentes; têm como seu maior trunfo a ex-candidata a presidência da Colômbia, a hoje ex-senadora Ingrid Betancourt, que está em poder do grupo desde 2002.

Questões humanitárias externas ao Brasil, são tratadas superficial e passivamente; Lula e a sua diplomacia, apenas condenam atos, prestam condolências, repudiam ações, dão apoio; sem nunca aprofundar-se no tema, oferecendo soluções, abrindo diálogo, estudando o caso, enfim, não utilizam essa abstrata prepotência e supremacia que têm sobre a América Latina, para fins de pacificação, ajuda concreta, ou até mesmo uma ajuda militar, caso seja necessário. Nosso país só agiu conforme essa ética, quando angariava uma vaga no conselho de segurança da ONU; quem não se lembra do Haiti. O assunto Ingrid Betancourt está sendo tratado apenas de forma casual por Brasília, Lula se esquiva do assunto, Celso Amorin fingi que atua na prática das negociações pela libertação da senadora; há uma total omissão por parte das relações exteriores nesse caso. O marido de Ingrid, o publicitário Juan Carlos Lecompte, já solicitou várias vezes um empenho maior do presidente Lula na mediação do problema, mas por enquanto, nem um só vigoroso ato foi praticado. A atenção devia ser maior, mesmo porque parte do capital que mantém as FARC, provém do tráfico de drogas, principalmente para, e pelo nosso território.

Mas por aqui alguns grupos já se mobilizaram em favor da causa do sequestro de Ingrid, é o caso do Partido Verde (PV), que por iniciativa de seu presidente nacional, José Luiz Penna, sua esposa Patrícia Penna, em conjunto com Vanessa Walter, deram início no dia internacional da mulher, a campanha LIBERTE INGRID, os três coordenam esse projeto pelo Brasil. Um site foi criado com o intuito de colher assinaturas on-line, para que sejam entregues ao governo brasileiro sob forma de protesto e indignação, pela inércia do mesmo. O site também tem o objetivo de ser o meio de interação e de informação do público interessado nesse 'penar' que já dura mais de 6 anos. Ajude a campanha assinando o abaixo assinado, é bem rápido.
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