domingo, 4 de outubro de 2009

Olimpíadas bolivarianas


Aquele bigodão e o chapéu de fazendeiro latifundiário não enganam, o populismo já chegou a Honduras, a influência chavista surte resultados visíveis em toda América Latina. No caso Zelaya podemos aferir que a suposta democracia criada por Chavez, essa que almeja o poder absoluto e definitivo, sem liberdade de imprensa e aniquila os ideais de qualquer movimento de oposição, se expande perigosamente pela America Central, até porque o próprio Daniel Ortega, populista, presidente da Nicarágua foi quem ajudou o presidente deposto.
Na história do avião em que Zelaya chegou a Honduras, Chavez armou um belo esquema para mais uma vez interferir na política interna de um país alheio. O avião venezuelano, sem dúvida alguma foi enviado com aval de Hugo e com um belo presente surpresa para Lula. Um mais sarcástico se ariscaria a dizer que o choro de Lula no COI, foram as lágrimas do desabafo por ter sido apunhalado pelas costas no caso Zelaya. Lula esse sustentando sempre a figura do sujeito do “deixa disso”, “pega leve”, o interventor, sempre o elemento de dissuasão dos pequenos conflitos políticos na América do Sul, inclusive tendo papel pacificador na relação Chavez-EUA.
Lula e sua benevolência foram usadas por Chavez como artifício para legitimar a permanência de Zelaya na embaixada brasileira, pois nosso presidente sempre foi hábil com os populistas bolivarianos da nossa América, e nunca iria dizer um ‘não’ à democracia que batia a sua porta, logo porque Zelaya é considerado um presidente democrata, mesmo que, assim como o companheiro venezuelano, quisesse a eleição eterna e o poder pleno. Assim, Lula que sempre fez corpo mole está dessa vez está no olho do furacão, tendo de se posicionar, sair de cima do muro que divide a democracia clássica que ele diz praticar no Brasil, e a democracia bolivariana do “companheirito” Chavez.
Chavez nos fez descer ao limiar equivalente ao seu, foi realmente um belo golpe. Isso nos faz refletir sobre quem nessa história e o verdadeiro golpista. Será Micheletti presidente de facto, Lula o chamou de golpista, mas e Zelaya, ele queria dar um golpe constitucional; a suprema corte, os militares e até mesmo a igreja desejavam seu afastamento do poder, entretanto foi eleito pelo povo, que o adora, logo não devia ter sido deposto, nisso há legitimidade. No meio da discussão estamos nós com a embaixada virada em uma zona e um palanque político. Chavez ligou para Lula felicitando-o pela escolha do Rio como seda das Olimpíadas 2016, os dois continuam amigos, inseparáveis.

Um país com Olimpíadas


O dia 2 de outubro foi lindo, finalmente as Olimpíadas de 2016 serão no Brasil, no Rio de Janeiro. Depois de uma semana super tensa, devido às complicações externas com Honduras, Lula massageou seu ego com a vitória da candidatura olímpica. O mundo deu uma chance de ouro para o Brasil alçar ao primeiro mundo, ainda que seja sob a máscara do desenvolvimento social assistencialista. No entanto, o que conforta a alma é o fato de que parte dos recursos da iniciativa privada será investido em infraestrutura. A cidade do Rio de Janeiro, carro-chefe do desenvolvimento terá oportunidade de reerguer-se diante do mundo; mas pensando bem, quem aposta se diminuirá as favelas e abaterá o tráfico, particularmente digo que não há chances disso ocorrer efetivamente. Pois, os bilhões e bônus dos jogos chegarão os inúmeros e problemáticos morros? Não mesmo.

O Brasil tem de seguir o exemplo de Barcelona que se preparou para o evento, mudando a cidade antes e se estruturando para depois. A cidade melhorou, enriqueceu.

Mas o presidente tem razão quando afirma que o Brasil conseguiu definitivamente sua cidadania internacional, e realmente, se olharmos 10 anos atrás só éramos o país do futebol, e o quinto maior território do mundo, posições essas que talvez sempre ocuparemos; e não tínhamos a menor chance se sediarmos uma olimpíada, nem em São Paulo, tampouco em Brasília, cidade que concorreu. Também Lula afirma que o Brasil era o único país que realmente queria os jogos, pois bem isso e vero, nosso país angariava isso para aparecer ao mundo, ‘dizer eu cheguei, agora e minha vez’.

A problemática com relação aos jogos olímpicos que hão de ser no nosso país são diversos, como foi publicado há um ano nesta página de bobagens, mais precisamente nesse link: “Um país sem Olimpíadas”.

Rememoro aqui fatos, primeiramente o que o advento de uma olimpíada no Brasil vai trazer de concreto, por exemplo, para um estado como o Acre, Roraima ou a Paraíba; o mais provável que ocorra é uma concentração ainda maior de riqueza no centro-sul do país. Outro fator seria a figura do atravessador político que teria o caminho aberto para obtenção de benefícios com o "festival" de licitações. Mas claro, poderia ser esse também o momento propício para um clamor civil por transparência, mas em se tratando de Brasil onde tudo é feito na surdina, fica a interrogação. A maravilha de uma primeira olimpíada na América do Sul, no Brasil, não pode encobrir o fato de que se não gerida com responsabilidade e igualdade traria mais desigualdades e injustiças sociais. Torçamos pelo nosso país mesmo assim.

domingo, 20 de setembro de 2009

Quem caça, quer caça

O trocadilho infame do título desse artigo não foi posto por mero acaso poético, ele assim foi escrito para se coadunar com o ‘ridículo fiasco’ que está se promovendo com a compra dos jatos- caças, submarinos e helicópteros para modernizar o arsenal das forças armadas, como também desenvolver a área tecnológica de armamentos no Brasil. Os submarinos custariam 19 bi, os helicópteros 5,1 bi e os Jatos 28 bi - 52 bilhões no total, o equivalente a 1,8% do PIB, ou seja, uma bagatela considerável. Três empresas estão no páreo das vendas: uma francesa, uma sueca, e outra norte americana, que fizeram propostas diversas ao governo brasileiro, mas pelo visto, neste caso, quem levará não será quem apresentar a melhor oferta.

O problema se excedeu quando Lula proclamou abertamente que optaria pelos caças Rafale, da empresa francesa Dassault, sendo logo em seguida contrariado pelo ministro da Defesa Nelson Jobim, que disse ainda estar aberto o período para o envio de propostas e pronto para negociar com as outras empresas. No caso dos EUA, o próprio Obama telefonou para Lula para tratar do pacote tecnológico que o congresso americano permitiu transferir para o Brasil, caso a compra seja consolidada em favor dos caças Super Hornet da empresa americana Boeing. O que com certeza Obama fez questão de não tratar foi da política agrícola protecionista americana, assim como o bloqueio com relação à entrada do Etanol brasileiro nos EUA.

O que ficou clarividente foi o papel do Estado na figura dos seus líderes estadistas, interferindo direta e efetivamente no mercado privado como agenciador nas transações internacionais que envolvem setores estratégicos do poder de uma nação, nesse caso, a tecnologia de ponta. E essa prática foi sintetizada na frase do presidente da empresa Dassault, em que ele diz: "Foi Sarkozy que vendeu o Rafale"

A verdade é que Lula parece não querer barganhar sobre o produto da compra, aparenta já estar decidido, para ele pouco importa quem oferta com o melhor custo beneficio. Nota-se isso que a decisão estava prescrita quando ficou acordado que Sarkozy viria para as comemorações do 7 de Setembro no Brasil, esse fato, politicamente, não demonstra ter nenhuma conexão com o “Ano da França no Brasil”, mas sim é um protocolo estritamente político.

O governo brasileiro fez piada da proposta da sueca SAAB, que ofereceu o caça Gripen por um preço que é metade do valor de mercado; o ministro Nelson Jobim disparou: "É venda casada? Compra uma garrafa de cerveja e ganha quatro de guaraná?"

O presidente do Brasil deveria ter negociado com o presidente francês a compra das aeronaves, mas com parceria de troca mútua, pois ele, Lula, sem dúvidas não se lembrou da PAC, a Política Agrícola Comum da União Européia, cuja França é a principal barreira, defensora das altas tarifas, e categoricamente contra a entrada produtos brasileiros no mercado europeu. O que o presidente quer mesmo é maior apoio dos franceses no conselho de segurança da ONU, uma vez que a França já apóia o Brasil o que faltaria agora era um maior lobby de Sarkozy. A vaga de membro permanente no conselho da ONU é um anseio de Lula desde a primeira vez que ele pisou no palácio do planalto; o envio das tropas brasileiras para o Haiti deixa isso óbvio. A falha diplomática do Brasil foi quando Lula abriu, precipitadamente, a boca para reverberar apoio a compra dos caças franceses, deixando meio que balançadas as relações com EUA e Suécia, países com estreitos contatos econômicos com nosso país. Comprar esses jatos foi como escolher comprar um objeto valioso entre três amigos, onde somente um sairá venturoso, e só depois de efetuado o negócio, saberemos quem é amigo de verdade. Dar uma fatia do PIB para comprar a diplomacia e receber boa vontade dos países (52 bilhões). Ter nas mãos o poder de criar 5000 empregos diretos na indústria francesa, sueca ou americana, não tem preço. Existem coisas que o dinheiro não compra, para todas as outras existe mastercard.

domingo, 6 de setembro de 2009

Twitter, Orkut e nada mais


As redes sociais web Orkut e Twitter atualmente têm aglomerado uma parte considerável dos internautas brasileiros. Principalmente o Orkut cujos dados impressionam. De acordo com inforamações divulgadas pelo Ibope, o Brasil tem 25,5 milhões de usuários residenciais. Do total, cerca de 17,85 milhões utilizam a rede do Google. Ou seja, o Orkut alcança, mensalmente, 70% dos internautas. O Twitter é um fenômeno, este cresceu 1382% de um ano, mas no Brasil os números referentes ao acesso ainda não atinge o patamar orkutiano, se levarmos em conta os três primeiros meses de 2009, o número de visitantes ao Twitter foi de 979 mil. A cifra, porém, não significa que o serviço de microblog tenha quase um milhão de usuários ativos no Brasil.

As diferenças entre Orkut e Twitter não pairam apenas nos dados sobre acesso, as características dessas redes de comunicação, vão além disso; do ponto de vista da segurança, o twitter é mais vulnerável ao ataque de crackers e hackers, pois os links que trafegam no microblog geralmente são criptografados, e também existem muitos perfis falsos, que quando clicados infectam o perfil do usuário com uma enxurrada de spams. O Orkut até pouco tempo era constantemente alvo de ataques, entretanto o grupo Google dispôs de um pacote de ferramentas dentro do próprio site Orkut, para a proteção do usuário e de sua privacidade. Outro fator é com relação à impessoalidade, neste caso em haver uma conexão de pessoas, que na realidade é apenas uma suposição, uma mera presunção de que aquele outro individuo virtual tenha uma interação social. No Orkut, por exemplo, os “Amigos” podem interagir livremente, como se fosse um “corpo-a-corpo”, diferentemente, no twitter onde as personalidades chamadas de “seguidores” dão uma falsa impressão de interatividade, quando apenas enfatiza o emissor da mensagem, eliminando o debate e a troca de idéias.

Vale dizer que o Twitter funciona no campo da comunicação declaratória. Não existe construção de idéias, preza-se o dinamismo, o “mini-resumo”. Muitos utilizam como um Big Brother Virtual, irritantemente, escrevem no seu tweet qualquer ação, qualquer coisa que estejam fazendo naquele momento, isso ocorre, talvez, devido ao serviço de portabilidade que o twitter dispõe. Assim, o usuário do twitter tem poder de mostrar aos seus “followers”, a própria vida em tempo real, ao vivo e sem cortes, se assim desejar. É a nata mais aparente do modelo de comunicação veloz da juventude.

O Orkut por sua vez, vem decaindo drasticamente, o excesso de publicidade que invadiu e se alastrou pelas páginas e scrapbooks acabaram por afastar muitos usuários, alem disso o grande numero de perfis falsos (fakes) e a difusão indiscriminada de conteúdo pedófilo, contribuíram, também para frustrar a experiência de utilização do serviço por pessoas que se consideram desconfiadas com o destino e privacidade de suas fotos e informações pessoas. Já que recentemente o Ministério Público e a Policia Federal quebraram o sigilo de diversos perfis, em busca de informações sobre crimes virtuais, mais precisamente imagens de contexto pedófilo.

O twitter é designado como tendo um público mais esclarecido e formador de opinião do que utilizadores do Orkut, diz-se por isso que não se popularizou vastamente no país. Para sustentar essa insubstancial hipótese, os seus precursores afirmam que o twitter não é compatível com o internauta médio brasileiro.

Um traço muito interessante no Twitter é porque tornou um ponto de encontro entre famosos e fãs, não que isso denote uma literal interatividade, mas pelo menos ocorre um contato, unilateral é claro, e a mensagem quase sempre é multidirecional, embora esta mensagem encontre uma audiência efetivamente grande. O mesmo não acontece via Orkut, pois lá é campo aberto de batalha e debate. Ali, os famosos e poderosos têm medo de se expor. Equivale a se apresentarem no meio da multidão, em praça pública.

No Twitter a interação: famoso X famoso, é constante, os desentendimentos não. Mas desde a apoteose da presença de pseudo-famosidades e personalidades da nossa vida não-virtual no site, o bulício ganhou destaque nos programas e sites de fofoca, assim como nos fóruns da web em geral. Tivemos e vimos várias desavenças, o mais recente foi a crise sobre a “sena” que a filha de Xuxa, a Sasha, escreveu no tweet da mamãe, o erro ortográfico causou um frisson, da mesma forma que o retruco que Xuxa deu nos internautas que criticaram a filhinha querida. Antes dessa, Rubinho Barrichello e o Repórter Vesgo protagonizaram um causo por causa da famosa “mola” do carro do piloto. A política também está inclusa no pacote de micos do twitter; o Senador Aloísio Mercadante que publicou na sua página no site que sairia da liderança do PT, teve de colocar a cara e voltar atrás da decisão no mesmo twitter, o que constrangeu não somente ele, mas seus aliados “twiteiros”, e ainda por cima, o mesmo foi esculachado pelos seus opositores políticos-internautas. Falando em opositores e oposição ao governo; a figura de Sarney foi a síntese do significado do twitter, pois a campanha #FORASARNEY (sic) foi entoada a partir do Twitter, e engendrada em sua base pelo perfil twiteiro: Juventude DEM, criou-se a partir daí um hit na internet, o fora Sarney deixou claro e evidente de como a estruturação das idéias são “formadas” nesse twitter. Ou seja, grande parte dos internautas usuários do site pediam em seus perfis e entoavam em seus tweets: #FORASARNEY, entretanto nos 140 caracteres ninguém explicava que o presidente do Senado está por aí há 45 anos, que a bronca tucana é oportunista, que Arthur Virgílio é um bandalho e que o movimento midiático faz parte de um projeto de desestabilização do governo Lula. Só.

domingo, 16 de agosto de 2009

Manipulação e manipulaçãozinha

“O bispo disse que certa vez Mateus (7:3) deve ter dito: Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?”

Sobre a eterna rixa entre Globo e Record, que essa semana protagonizaram um combate deplorável, além de antiético, em pleno horário nobre da TV brasileira, comprovou-se, primeiramente, que o auge da disputa pelo mercado midiático nacional, e também pelas fatias das cotas publicitárias estão mais acessas do que nunca; claro, a Globo tem uma influência e um poder inigualáveis, mas a Record como concorrente imediata tenta pegar carona na onda da TV carioca. A troca simultânea de acusações nos Jornais: Nacional e da Record, gerou uma celeuma digna de final de copa do mundo que o juiz não marcou aquele pênalti claro. A questão foi erroneamente desviada para o campo religioso, colocando em confronto a fé de católicos e evangélicos além dos limites religiosos, neste caso nenhuma das emissoras teve prudência. Mas não cabe discutir esse tema aqui.

Um fator que não foi posto em xeque no ataque da Record à Emissora dos ‘Marinho’, foi que ninguém pode afirmar que a Globo esteja patroneando a reinvestida do ministério público, embora essa opinião tenha ficado implícita, nas entrelinhas. A rede Global aproveitou a deixa do MP, para explorar e escancarar de vez os podres da Record, entretanto de forma explicita, mas sem perder o sentido de legítimo jornalismo investigativo, contudo deixando transparecer o que ela ‘pensa’ sobre a rival. Contrariamente o jornal da Record e sua editoria, obviamente representando a figura de Edir Macedo se puseram a defendê-lo argumentativamente, e sim a atacar a globo de maneira fortuita, um grande erro, fraqueza, pois perderam a razão no momento em que ao invés de se defender dignamente, cederam à pressão e ímpeto da investida contrária, e caíram no alçapão no piti, entraram na defensiva, deixando clarividente que não detinham uma resposta coerente frente às denúncias. A rede Globo por sua vez soube com maestria, maquiar seus ataques à outra com uma classe “cesartraliana”, citando o nome “Record” oportunamente. Na Rede Record o tratamento foi outro, prevaleceu o sensacionalismo e o descaramento agredindo diretamente, valeu-se das repetitivas matérias-circulares (exibida em praticamente todos os programas), que mostrou tudo aquilo que somente poucos sabem sobre o passado vil e sombrio da grandona, fatos sobre a amigável relação da família Marinho com a ditadura, Timelife, Proconsult, e a impagável expressão bovina de Cid Moreira discursando o direito de resposta dado à Brizola. O mais banal foi a Record usar a popularidade de Lula para agredir a “grobo”, incitando sua posição contrária ao presidente como forma desmerecimento. Na mesma matéria glorificava a Record, mostrando o lado benevolente da igreja Universal, exibiam toda a grandiosidade toda megalomania, o sonho abstrato da liderança (im)possível, entretanto, focava também na ações sociais exercidas pela igreja (e é para isso que ela foi criada, e isenta de impostos), indiscutíveis, mas que não eliminam a real acusação de desvio de fundos. Outro ponto de destaque observado foi que a TV Globo ofereceu o legitimo direito de resposta ao advogado do grupo acusado, a Record apenas despejou todos os escândalos que envolveram a vida pregressa da ainda hoje nefasta, Globo.

A postura mais incoerente se revela e na afirmação importante e relevante, que a Record se refere ao dizimo como “doação espontânea”, mas ao mesmo tempo critica a Globo por manipulação; as pessoas assistem as besteiras da Globo espontaneamente também, ou seja, existe manipulação da informação pela Globo, logo existe manipulação da fé dos fiéis pela Record. Manipulação essa que, teoricamente, se reflete nos 1,4 bi de faturamento anual da IURD. Sobre o monopólio da informação que a Record acusa a Globo é um delírio, um delírio antigo, hoje esse argumento não se justifica, até mesmo porque a própria Record e a Band se estabeleceram como forte contraponto à qualidade jornalística da Globo, e o que falar da internet onde não há controle da informação, reitero, a tese do monopólio já não é.

Este disparate entre as duas será benéfico para os telespectadores e brasileiros em geral, pois estamos vendo as duas emissoras se anularem na mesma vala, está aparecendo suas verdadeiras faces, a realidade oculta está emergindo nua e crua, dos dois lados. Ou dá ou desce. Amém

terça-feira, 21 de julho de 2009

A gripe noticiosa

A gripe A chegou no Brasil de maneira branda, mas assim mesmo provocou um boom informacional nas mídias como há muito, ou nunca se tinha havido. Todos esse estardalhaço naquele momento cabia mais como uma pirotecnia exagerada e que não se justificava; qualquer suspeita da gripe, e até mesmo um turista desavisado que chegasse das bandas do México era visto como portador do vírus, em potencial é claro.

Os rumores não pararam, a imprensa centralizava atenções em enfatizar casos que tinham a mínima probabilidade de estar infectado, procurando a doença onde ela ainda não havia chegado; no primeiro momento o auxilio de infectologistas, médicos e sanitaristas era muito recorrente, porém incauto e volátil, pois pouco era o conhecimento sobre o H1N1, e muito a temeridade em cima do desconhecido vírus.

Obviamente, como não podia deixar de ocorrer, surgiram as teorias desencontradas sobre os motivos do surto, como também, comparações grotescas com outros tipos de gripe, ostentando precipitadamente os status lhe designado de “gripe espanhola do século XXI”. Produziram-se cenários, bastantes imprecisos a respeito do modo como essa crise sanitária poderia atingir e afetar o nosso país, e se o Brasil estaria naquele instante, preparado para conter o surto da gripe.

A gripe suína foi desvelada pela mídia de uma maneira que trouxe à tona o preâmbulo de um pânico desnecessário. Foi perceptível uma demasiada insistência dos jornais em publicar noticias calamitosas, visivelmente direcionadas à uma população com medo. Mesmo os especialistas afirmando se tratar de uma doença comum.

Já pandemia, presente em todos os continentes, causando descalabro em outros países, vitimando pobres e ricos, se alastrando a partir das vias e aeroportos mundo afora; a nova gripe, merecidamente, recebeu uma semana de férias, saindo da primeira pagina dos noticiários graças à morte de Michael Jackson. Relegada a segundo plano, muitos talvez, suponho, tenham se esquecido do vírus que tanto aparecia nos jornais. Mas, se houve mesmo um esquecimento, este foi breve, porque após transcorrer, secar, evaporar toda a carga de informações sobre o rei do pop, a gripe transmitida pelo porco voltou a compor os principais links dos maiores portais, os clichês dos jornais de grande circulação, e caiu na boca do povo de forma mais atroz, responsável, e porque não dizer, mais ativa e efetiva.

E ai podemos das os créditos e encher a nossa mídia de elogios, efêmeros logicamente, mas merecidos de certa forma, logo que ela está cumprindo o cunho social que lhe legitima, informando massivamente a população sobre o que fazer, todos os cuidados que devemos tomar, onde se propaga, os principais focos; enfim, oferecendo todas informações necessárias para nos precavermos da gripe. Assim dá gosto de ver.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Redenção

Negro, depois branco, riquíssimo, talentoso, inovador, inventivo, gênio, criador e produto da era pop. Michael Jackson tornou-se uma lenda, assim como Elvis Presley, John Lennon, Jimi Hendrix e outros tantos. Ficou apenas o performer, o astro pop, o objeto de idolatria, os megashows, a superaudiência. Durante bom pedaço da sua vida foi pré-julgado, ridicularizado sob todos os ângulos possíveis, mas nunca se mostrou um reacionário contra a imprensa marrom.

Durante a vida inúmeros escândalos permearam sua carreira vitoriosa; acusado de pedofilia, Michael foi absolvido unanimemente, entretanto, depois do ocorrido jamais conseguiu reverter a sua imagem atrelada à prática pedófila. A anomalia física e a aparência distorcida pelos bisturis, e pela vontade incontida de transparecer algo que realmente ele jamais conseguiria alcançar, e que a genética nunca o deixaria ser, transformou ele, Michael Jackson numa figura monstruosa, deformada; externamente, ele sequer tinha a sobra do jovem que revolucionou o mundo da música, cantando e dançando Thriller em 1982.

O abalo emocional dessa última semana, em todo mundo por causa de Jackson, por causa da morte de uma pessoa que estava no topo do mundo, onde todos podiam ver, e tinham acesso à sua arte, obviamente, isso provocou todo esse furor e comoção em várias faixas etárias das sociedades, entre pessoas que o admiravam, ou apenas tinham algo em comum com o astro.

A metáfora da história vivida por Michael Jackson na sua passagem pela Terra pode ser sintetizada no seu funeral, foi somente mais um show, onde prevaleceu o luxo, a aparência superficial, quem não notou o disfarce dos irmãos dele, aquelas gravatas douradas, óculos escuros, trajes chiques e categoricamente iguais; o caixão dourado, toda a espetacularização, no final o que acorreu foi a busca por lucros, capitalismo, foi o último grande show. 

Massacrado por grande parte da imprensa sensacionalista, não só dos EUA, mas sim de todo mundo, no seu funeral, na sua despedida da Terra vil, estava lá presente cobrindo o seu velório todos aqueles jornais, tablóides e sites que sempre armavam infâmias contra o rei do pop, talvez agora o deixem em paz, ainda que duvide bastante de que isso aconteça.

Embora ultimamente tenhamos visto imagens, noticias e opiniões totalmente desagradáveis e denegridoras da figura de Jacko. Pós-morte, na lembrança dos fãs e dos simpatizantes ficará a imagem da infantilidade daquele Michael criança, um negrinho do cabelo Black Power que dançava magistralmente. Adeus Michael, no fim das contas você foi um bom sujeito, tua morte te redimiu.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Estado de putrefação

Quando há alguns meses atrás ouvi e vi que José Sarney, Michel Temer e Renan Calheiros membros da velha direita peemedebista, estariam de volta aos tronos principais das casas legislativas, percebi cognitivamente que dali, daquele triunvirato não sairia boas coisas, boas noticias; se olhássemos o passado e tão quanto o presente deles veríamos uma imensa nuvem negra, tudo prenunciava para não dar certo, os três pólos negativos eram de certa forma, incoerentes.  Nenhum trazia à memória lembranças agradáveis.

Hoje, somente vou pelejar somente sobre o inventor do congelamento de preços o tal pensa que da mesma forma que auxiliou o país a explodir numa inflação de quase 100 % ao mês, depois anexou o estado do Maranhão às suas fazendas, a oligarquia da família Sarney, como se não bastasse se estendeu até o Amapá e o elegeu, posteriormente, Senador, um absurdo. Agora para completar a ópera comprou o senado, criou centenas de cargos e diretorias e quer toda sua família bem empregada, sobrinhos e netos, afilhados, etc..

José Sarney é a caricatura mais fiel de um político brasileiro, aquele que tende a expandir seu domínio corruptivo para se perpetuar no poder de qualquer maneira, com certeza há um primoroso projeto de dominação através das várias rádios, TVs e repetidoras Mirante pertencentes ao clã comunicacional Sarney. Aliás, no Maranhão o Estado inexiste, lá o organismo político administrativo é o “Sarney”.

Essa semana, ficamos sabendo que um congressista brasileiro é 6,5 vezes mais caro do que um britânico, na mesma semana do lançamento do portal da transparência do senado em plena contradição aos atos secretos realizados pelos senadores da nação. Na verdade, já passou e muito da hora de exorcizar esses fantasmas embusteiros da política do país, o que falta é ação social. Ao contrario do que disse Dilma Roussef que Sarney estaria sendo "demonizado" e responsabilizado "de forma desproporcional" por todas as irregularidades verificadas nos últimos anos. Não é bem assim, fala-se muito em crise institucional no senado, mas crise? Que crise? Sempre houve roubalheiras, tramóias, maracutaias e outros tipos desvios de conduta e caráter por parte dos congressistas e jamais ninguém tomou medidas que pudessem eufemizar, ou senão solucionar de uma vez por todas esses problemas “institucionais”. Será que dessa vez a saideira vai ser pizza podre?

A oposição também é um câncer bastante perigoso e que deve ser tratado com cautela.  Enquanto o líder do Senado for o maior símbolo do coronelismo ainda existente no Brasil, enquanto subsistirem políticos, literalmente desmoralizados, a cena política do nosso país será sempre corroída, corrompida, maculada a torto e a direito.

sábado, 30 de maio de 2009

A palavra é: irresponsabilidade

Não achei nenhuma imagem para ilustrar esse artigo, e tampouco minha indignação. Antes de tudo quero dizer que como estudante de Jornalismo e defensor do diploma como um voto a favor do profissionalismo, fiquei desapontado com a decisão do STF. Mas na verdade não é o fim do mundo, e nem motivo de paranóia, para infelicidade de muitos inescrupulosos que desejavam o fim da obrigatoriedade do diploma. Não mais o diploma, mas o talento fará a diferença, esse talvez seja o grande trunfo dentro desse momento apocalíptico para os jornalistas, também diminuirá a farra dos diplomas nas inúmeras faculdades de esquina de surgem diariamente. Algumas faculdades vão fechar, e só as melhores vão se manter. Agora, também, veremos desveladamente quais empresas jornalísticas podem levantar o mão, e verdadeiramente, se auto-proclamar séria e responsável socialmente, compromissada com o leitor-consumidor. Quanto às contratações, suponho que não mudará muita coisa, será preferível um profissional formado em jornalismo, mas não será via de regra. A verdade é que de alguma forma favorece as grandes empresas do ramo, pois a questão de pagamento do piso salarial deixa de ser necessária. Hoje, para o jornalista formado trabalhar, o mercado será mais competitivo, pois agora ele estará concorrendo a um cargo, onde quem vai determinar o que irá receber será o empregador, e não uma determinação sindical. O voto do STF humilha a memória de gerações de jornalistas profissionais e, irresponsavelmente, revoga uma conquista social de mais de 40 anos. O ministro Gilmar Mendes dizer: “A formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros”, foi um dos maiores absurdos, ou se preferir, pérola, já verbalizada por uma autoridade tão importante no país. Com essa afirmação ele revogou todos os casos de calúnia, infâmia e difamação já julgados nesse Brasil do retrocesso social e democrático. Como disse Elaine Tavares: “É um argumento anti-intelectual, anti-cultural, anti-vida.”

Vale lembrar que o diploma nunca foi exigência para praticar o jornalismo, Arnaldo Jabor, Boris Casoy, Diogo Mainardi, Miriam Leitão, são exemplos considerados “grandes” que não tem diploma em jornalismo, o que jamais e de forma alguma reduziu sua aceitação nas folhas jornalísticas. E isso roga e comprova o clichê “que nada substitui o talento”. No Brasil, a mídia deveria ser realmente tratada como 4º poder e ser comandada por pessoas sérias, idôneas e com base acadêmica. Informar e levar conhecimento pras pessoas não é algo pra ser tratado como descartável, inexpressivo, sem valor. O fim da necessidade da formação profissional representa o fim do compromisso dos jornalistas com o Código de Ética da profissão. Isso abrirá as portas do jornalismo para os picaretas, que passaram a usar a informação em interesse próprio, sem qualquer compromisso com a sociedade e com a ética, um déjà vu triste da História brasileira. Gostaria de deixar claro e evidente que, não que a formação acadêmica impeça o profissional de errar, mas o diploma é uma garantia de que ele ao menos teve acesso a um conhecimento que não pode ser adquirido como conseqüência de aptidões naturais e algum treinamento; o mesmo equivale para engenheiros, enfermeiros, dentistas. A expectativa futura para os jornalistas seria a criação do Conselho Federal de Jornalismo, que embora imprecisa e criticada, mas havendo uma reformulação poderia ser um novo marco do jornalismo brasileiro, e tudo voltaria a correr normalmente. Foi um duro golpe na democracia que afetará gerações futuras, o resultado do que se fez nesta quarta-feira repercutirá anos mais tarde. A qualidade da informação também foi e será danificado por esse ato irresponsável da justiça do Brasil. Pois citando novamente Elaine Tavares: “é bom que se diga, o jornalismo é uma das formas de se comunicar alguma coisa a alguém que traz no seu bojo todo um conjunto de regras que extrapolam o elemento primordial de simplesmente dizer a palavra. Jornalismo é um jeito de narrar que pressupõe análise, conhecimento histórico, impressão, focos narrativos, contexto, conhecimento sobre linguagem, signos etc.. Coisas que a gente precisa aprender em relações de educação formal que extrapolem o desejo criador e criativo do ser sozinho.”

Para finalizar vou citar Muniz Sodré, uma frase que vi essa semana, não lembro em que lugar: ' Como conceber hoje o funcionamento dessa instituição "quase-pública", geradora da informação necessária ao cidadão para o pleno funcionamento da democracia, sem uma formação universitária, especializada, de jornalistas? Informação não é mero produto, nem serviço: é o próprio solo da sociedade em que vivemos, é o campo onde joga o cidadão. Se a garantia dessa formação adequada se espelha hoje no diploma, viva o diploma.

I-R-R-E-S-P-O-N-S-A-B-I-L-I-D-A-D-E.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

CPI à brasileira


A semana em Brasília foi agitada, os jornalistas tiveram de trabalhar bastante. Primeiro o causo do deputado Sérgio Moraes, “o manicure”, que disse estar se lixando para opinião pública. Ainda por cima, o mentecapto empiorou sua já escoriada imagem, ao dizer que não via irregularidade no fato de Edmar, o suserano do castelo medieval de 25 milhões, possuir o castelo há mais de 20 anos. Depois, o alvoroço da criação ou não da CPI da Petrobrás, para investigar fraudes em licitações, denúncias de desvio de royalties de petróleo, supostas irregularidades em contratos para a construção de plataformas e da refinaria Abreu e Lima (PE). Conseguintemente, as declarações de Lula também geraram certo clima desconfortável entre as bases do governo e da oposição; o presidente afirmou que formar uma CPI nesse momento (crise internacional) seria uma “manobra irresponsável” e que os senadores tucanos agiram como se estivessem “numa briga de adolescentes”.

Mesmo com a mobilização da base aliada para impedir a criação dessa comissão parlamentar, no final da noite de sexta-feira, não conseguiram a retirada de seis assinaturas para impedir a criação da CPI da Petrobras no Senado. Então se deu o pior, em plena crise nossa maior estatal vai ao júri.

Mas hoje faremos diferente, esfriemos nossos ânimos, e vamos saciar nossa fome de republicanismo democrático com uma deliciosa receita preparada especialmente para você, brasileiro, “que nem eu”. Deixemos de delongas e vamos aos ingredientes do nosso prato:

32 g Senadores

1 xícara de Denúncias infundadas

1 dose de Crise

3 colheres de Rivalidade política

2 latas de Declarações polêmicas

1 Arthur Virgílio

1 Tasso Jereissati

5 doses de Cachaça

Modo de preparo:

Em um congresso untado, junte os 32 senadores sedentos para acabar com a reputação de Lula, despeje em cima a xícara de denúncias sem fundamento comprovado, após, uma crisezinha econômica internacional para dar aquele sabor, seguindo, coloque as 3 colheres de rivalidade, aos poucos para não empelotar. Ferva por alguns minutos. Acrescente as declarações polêmicas. O Arthur Virgílio e o Tasso Jereissati você adiciona já no fim do preparo, eles vão conferir o sabor azedo ao paladar. Ponha novamente no fogo, aumente a temperatura, deixe apurar. Retire, coloque e deixe na geladeira por alguns dias. Sirva frio, talvez fique amargo, mas você logo esquece o gosto. Sim, as doses de cachaça você bebe, só assim para aturar a situação do Brasil.

sábado, 9 de maio de 2009

Ácido Desoxirribonucléico

O amoroso presidente paraguaio Fernando Lugo esteve no Brasil essa semana, veio reivindicar e discutir sobre um possível aumento no preço da tarifa paga pelo Brasil ao Paraguai na utilização de energia da usina de Itaipu e quer o fim da exclusividade de fornecimento ao Brasil. Itaipu foi construída em 1984, com dinheiro vindo, exclusivamente dos impostos pagos pelos cidadãos brasileiros. O Paraguai tem seu nome consignado no contrato binacional, pelo simples fato de que parte das águas do Rio Paraná, o qual gera a energia de Itaipu, vêm ou apenas percorrem uma parcela do território paraguaio. Todos os encargos e royalties, a manutenção, a gestão efetiva, e todo o conjunto de atividades que mantém a usina funcionando, é proveniente, ainda, do governo brasileiro, ou seja, dos contribuintes.
Por trás desse inocente encontro de presidentes, pode-se evidenciar uma vontade desejosa de transferir os holofotes que estão sobre o ex-bispo Lugo e suas escapadelas libidinosas. Também, para fugir um pouco das cada vez maiores pressõas sociais que afligem o ego do agora apelidado Lugaucho, acusado de ter filhos quando ainda atuava como bispo, inclusive até já assumiu a paternidade de um menino. E a fila de pedidos de testes de DNA continua aumentando. Mas não é para menos, quem mandou usar o slogan: "Lugo, o pai de todos os paraguaios".
Agora, vir questionar e tentar mudar sem nenhum argumento claro nem fundamento, um acordo fechado a várias décadas, em uma atitude descaradamente politiqueira, é visivelmente uma estupidez, que só faz crescer a acidez nas relacões entre brasileiros e guaranis. Isso apenas servirá para arranhar ainda mais, além de sua imagem como gestor publico, político, assim como a sua corroída imagem pessoal, manchada por um exame de DNA.
Menos mau que Lula, no entanto, também não cedeu aos alucinados apelos desse bacana. Ponto pra ti Lula.

domingo, 26 de abril de 2009

Democracy airlines


Nem causou espanto. Perplexidade? Tampouco. A farra das passagens aéreas dos deputados e senadores foi somente mais uma maracutaia, falcatrua, traficância dentre inúmeras que nos adaptamos a observar passivamente. Antes, pelo menos havia gestos indignados diante à corrupção deslavada, nesse passado pouco recente, sempre algum membro honrado do nosso parlamento, mesmo que só para ganhar evidência na mídia, levantava a bandeira da ética e da moralização democrática, mas hoje a democracia é confundida com permissividade. Dessa vez o cinismo extravasou todos os limites aceitáveis da mundialmente conhecida má-conduta do político-mafioso-brasileiro. Agora, vimos cair a auréola virginal de alguns políticos tidos como politicamente éticos. Até mesmo Fernando Gabeira assumiu que sujou sua imagem. A vergonha está se dissolvendo, pela certeza da impunidade futura.

E o pior, isso ocorre no nível máximo e no mínimo; vem lá do ninho, quantas vezes já não foi mostrado vereadores fazendo turismo com o erário público. Em 2008, foram gastos 78 milhões com passagens aéreas somente pela câmara; junto a isso 1881 bilhetes internacionais, a exemplo do deputado Dagoberto (PDT-MS) campeão em voos para o exterior, ao certo na sua jornada de política externa, deve está tentando conquistar o mundo. Por outro lado, a maioria dos parlamentares questionaram a proibição de repassar bilhetes para parentes; agora o momento diversão, o deputado Silvio Costa (PMN-PE) afirmou que as novas normas poderiam provocar o fim do seu casamento, soltando a seguinte pérola: “Assim vocês querem que eu me separe”. Fato interessante e relevante: os representantes do Distrito Federal no Senado e na Câmara recebem uma cota de 3,7 mil reais para gastos com passagens aéreas, embora eles não precisem realizar viagens para comparecer ao congresso, na nova regra que está tramitando isso não será modificado, não pergunte o porquê. As novas regras, que ainda não estão em vigor, ditam que somente os deputados poderão receber passagens aéreas e somente para vôos nacionais. Os gastos serão publicados na internet. O texto da Câmara, com as tais novas regras deveria entrar em vigor imediatamente, mas, devido ao protesto e “cara feia” dos deputados, o benevolente presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), decidiu levar o tema para votação em plenário, com isso o projeto poderá receber as emendas, ou se preferir, brechas. Lembrete: o próprio Temer assinou o ato 42 da mesa diretora no ano 2000, na sua primeira gestão, que instituiu a cota de passagens e abriu caminho para o uso do beneficio por terceiros.

E a Democracia vai pelos ares.

segunda-feira, 30 de março de 2009

O encontro dos 20 G

Foi realizado, semana passada, na Inglaterra, o encontro do G20, o grupo reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Européia; na ocasião Obama massageou o ego de Lula o chamando de “boa pinta”, "político mais popular do mundo" e de “o cara”. Será mesmo?

Não entraremos nessa questão, o objetivo aqui é fazer uma menção a 20 problemas causados ou enfrentados por esses países, todos começados com a letra inicial G.

Primeiro, os EUA, onde a ganância por lucros acabou levando a bancarrota os maiores bancos e imobiliárias do mundo, afundando e levando outros países para a crise. Rússia, por causa de gasodutos que passam por áreas chechenas, tem enfrentado conflitos naquela região. No Brasil, os gastos do governo têm batido recordes negativos nos últimos anos, por exemplo, o orçamento do senado brasileiro é de quase 3 bilhões de reais. África do Sul, o garimpo de diamantes e outros minérios têm devastado o meio ambiente de varias localidades desse país. China, os gases tóxicos liberados nos processos industriais em superescala poluí de maneira irreversível toda a biosfera daquele lugar. No México a globalização afeta as camadas mais populares, extinguindo a cultura, costumes em todos os âmbitos possíveis. O problema da Holanda, (sem preconceitos), são os gays, que exigem muitos privilégios que vão contra a conduta moral e ética da maioria da população tradicional holandesa. A Espanha está cometendo um genocídio ético, principalmente contra turistas brasileiros que ‘pousam’ nos seus aeroportos. A França é afligida por greves trabalhistas desde que Sarkozy assumiu o poder. 

Canadá sofre com o derretimento de geleiras que está aumentando o nível dos rios na região dos Grandes Lagos. A Alemanha, o conflito pulsante no momento é a discussão sobre o uso e manipulação de genes de alimentos e de humanos, o indevido e irrestrito uso dessa artifício tem causado furor no meio popular. Na Índia a poluição do rio Ganges atingiu níveis absurdos, tem por exemplo 100000 mil vezes mais a porcentagem de coliformes fecais do que o aceitável,  o Ganges oferece a uma grande população da região, suprimento de comida e água. A invasão gringa em Portugal, sobretudo por brasileiros está gerando xenofobia entre os portugueses, o governo tenta combater. O problema da Coréia do Sul e ao mesmo tempo do Japão é a sempre presente ameaça de guerra com seu vizinho ao Norte, mais agora, que o governo do Norte instigou o mundo com os testes dos mísseis de longo alcance. Itália, a gratidão a Deus, está literalmente sendo posta em discussão entre os conservadores e radicais no caso da proibição do aborto e da eutanásia, até o papa Bento XVI entrou no debate. A Austrália sofre com problemas ambientais, entre os quais estão às mutações genéticas dos maios recifes na Grande barreira de corais primordiais do mundo, que entraram em extinção comprometendo o equilíbrio biológico dessa região. Na Indonésia o alto grau de intensidade e de freqüência dos terremotos tem aumentado cada vez naqueles domínios, causando transtornos. Os grupos extremistas na Arábia Saudita é um problema ainda muito visível e persistente nesse país, a Arábia continua a exportar o terror. Entre os  principais problemas da Turquia estão os contínuos problemas e conflitos na gestão do país, o que a muito tempo vem causando dificuldades na aprovação do pais para o quadro permanente da União Européia. O novo presidente Abdullah Gül e o primeiro ministro Recep Tayyip Erdogan, continuam dando seguimento à mesma política arcaica dos governos anteriores. Por último, a Argentina, o problema tem haver com Brasil, porque a Argentina faz protecionismo contra os nossos produtos com o artifício da chamada garantia real, transformando o protecionismo em leis constitucionais. Nenhum dos 20 Grandes problemas explanados acima, relativos a esses países jamais entraram, e talvez nunca ganhem espaço na pauta de discussão do encontro do G20; e isso é Grave.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Observatório da Imprensa








O site Observatório de Imprensa, publicou mais um artigo de minha autoria. Depois de publicar "O clima de Natal", em dezembro passado. Dessa vez o artigo Big Broadway Brazil está aberto à comentários na página de "TV em questão". Passe lá, leia e comente o artigo.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Paralisia

A polêmica questão da eutanásia reacendeu esses dias com o caso da italiana Eluana, cuja família obteve na justiça o direito de submetê-la ao processo de eutanásia. Esse caso ganhou destaque e gerou uma disputa política na Itália, país com 90% de católicos, já que houve um choque de opiniões entre o primeiro-ministro e o presidente No momento em que Eluana morreu o Senado italiano debatia um projeto de lei para impedir que sua alimentação fosse suspensa. Depois de tomarem conhecimento do fato, todos os senadores se puseram de pé e fizeram um minuto de silêncio. Depois, o vice-líder da ala conservadora do Senado, Caetano Quagriello, tomou o microfone e disse que “Eluana não morreu, mas foi assassinada”. Foi o estopim para embate ideológico, e é ai que se levanta a igreja católica apostólica romana, detentora dos princípios fundamentais da vida humana, administrando dose a dose, através dos séculos, os dogmas que regem os cristãos. O ministro de Saúde do Vaticano, o cardeal mexicano Javier Lozano Barragán reiterou nesta sexta-feira que para a igreja "o direito de morrer não existe". Ele condenou a decisão da Justiça italiana. Segundo um documento da Academia pontifícia que consegui, sobre os problemas éticos e científicos relativos ao estado vegetativo, retirei um ponto importante:

§ 9 Reconhecemos que cada ser humano possui a dignidade de pessoa, sem discriminação de raça, cultura, religião, estado de saúde ou condições sócio-económicas. Esta dignidade, fundada na mesma natureza humana, constitui um valor imutável e intangível, que não pode depender das circusntâncias existenciais concretas, nem ser subordinado ao juízo de ninguém. Mesmo reconhecendo como dever próprio da medicina, bem como da sociedade, a busca de uma qualidade de vida melhor para qualquer ser humano, consideramos contudo que ela não pode e não deve constituir o critério definitivo de juízo sobre o valor da vida do homem. Reconhecemos que a dignidade de cada pessoa também pode exprimir-se através da realização de opções autónomas; contudo, a autonomia pessoal nunca pode chegar a justificar decisões ou actos contra a vida humana própria ou de outrem: de facto, sem vida não há qualquer liberdade!

A14ª emenda da constituição americana de 1787, base de todas as constituições liberais modernas, diz que nenhum estado pode tirar a vida sem que haja um processo legal. Ou seja, o estado detém até a vida ou a morte. Será que depois de tantos anos não deveria haver uma discussão ou uma nova formatação desses conceitos supremos, diante dos novos paradigmas que conflitamos atualmente. Preferivelmente, o processo de vistas nesses modelos de direito humanos do século XVIII, deve ser ambiente global sereno, mas tende se aproveitar o momento, que é oportuno, para conseguir manter aberta a discussão, não só sobre a eutanásia, mas assuntos humanísticos diversos que peremptoriamente entrem em diálogo com a sociedade, isso tem de partir do Estado. Para isso, o fim do imobilismo nos parlamentos, no Brasil principalmente, quando são os direitos humanos. Esses temas são recorrentes e ciclicamente debatidos, mas nunca ganham um contorno de resolução definitiva. Do ponto de vista social a legalização da eutanásia seria um grande retrocesso civilizacional e iria levar a um desinvestimento na área da saúde. E do ponto de vista da ética médica, os clínicos estão treinados para defender a vida e não a morte. Tudo isso a partir da visão conservadora sobre o tema. Em contradição a isso, o suicídio medicamente assistido, que e permitido em alguns países, é o próprio doente que ingere a substância mortífera. Primeiro país a legalizar a eutanásia, a Holanda prepara-se agora para pôr em prática uma polêmica lei que prevê a eutanásia em crianças. Apesar de ilegal, a eutanásia de crianças até aos 12 anos é relativamente comum neste país, estimando-se que existam entre 15 e 20 casos por ano. Enfim, as matérias de caráter humanístico são exclusivas da liberdade individual dos seres e merecem ser contrapostas e dialogadas frente a sociedade civil. O que não pode ocorrer é a repressão de opinião sobre tais temáticas que só gera mais paralisia e atrasos no desenvolvimento da vida humana. Como está acontecendo na Paraíba. É o caso do deputado e padre Luiz couto que por defender, em entrevista, o fim do celibato obrigatório na Igreja Católica e o uso de camisinhas por razões de saúde pública, também, contrário ao preconceito contra homossexuais, foi punido na esfera religiosa pelo arcebispo Dom Aldo Pagotto, rival do grupo político de Couto, e que sempre interfere no escopo político da região, sendo correligionário e amigo fiel do ex-governador (cassado) Cássio. Conservadores: engessando o mundo desde de mil e num sei quanto.