domingo, 4 de outubro de 2009

Um país com Olimpíadas


O dia 2 de outubro foi lindo, finalmente as Olimpíadas de 2016 serão no Brasil, no Rio de Janeiro. Depois de uma semana super tensa, devido às complicações externas com Honduras, Lula massageou seu ego com a vitória da candidatura olímpica. O mundo deu uma chance de ouro para o Brasil alçar ao primeiro mundo, ainda que seja sob a máscara do desenvolvimento social assistencialista. No entanto, o que conforta a alma é o fato de que parte dos recursos da iniciativa privada será investido em infraestrutura. A cidade do Rio de Janeiro, carro-chefe do desenvolvimento terá oportunidade de reerguer-se diante do mundo; mas pensando bem, quem aposta se diminuirá as favelas e abaterá o tráfico, particularmente digo que não há chances disso ocorrer efetivamente. Pois, os bilhões e bônus dos jogos chegarão os inúmeros e problemáticos morros? Não mesmo.

O Brasil tem de seguir o exemplo de Barcelona que se preparou para o evento, mudando a cidade antes e se estruturando para depois. A cidade melhorou, enriqueceu.

Mas o presidente tem razão quando afirma que o Brasil conseguiu definitivamente sua cidadania internacional, e realmente, se olharmos 10 anos atrás só éramos o país do futebol, e o quinto maior território do mundo, posições essas que talvez sempre ocuparemos; e não tínhamos a menor chance se sediarmos uma olimpíada, nem em São Paulo, tampouco em Brasília, cidade que concorreu. Também Lula afirma que o Brasil era o único país que realmente queria os jogos, pois bem isso e vero, nosso país angariava isso para aparecer ao mundo, ‘dizer eu cheguei, agora e minha vez’.

A problemática com relação aos jogos olímpicos que hão de ser no nosso país são diversos, como foi publicado há um ano nesta página de bobagens, mais precisamente nesse link: “Um país sem Olimpíadas”.

Rememoro aqui fatos, primeiramente o que o advento de uma olimpíada no Brasil vai trazer de concreto, por exemplo, para um estado como o Acre, Roraima ou a Paraíba; o mais provável que ocorra é uma concentração ainda maior de riqueza no centro-sul do país. Outro fator seria a figura do atravessador político que teria o caminho aberto para obtenção de benefícios com o "festival" de licitações. Mas claro, poderia ser esse também o momento propício para um clamor civil por transparência, mas em se tratando de Brasil onde tudo é feito na surdina, fica a interrogação. A maravilha de uma primeira olimpíada na América do Sul, no Brasil, não pode encobrir o fato de que se não gerida com responsabilidade e igualdade traria mais desigualdades e injustiças sociais. Torçamos pelo nosso país mesmo assim.

3 comentários:

Marcos disse...

Tem toda razão, e muito provavel haver mais desigualdade depois dos jgos do que ja ocorre hoje em dia.

Flavio DsV disse...

belíssimo texto... muito bem escrito... eu concordo e reafirmo com a parte final onde você colocou muito bem sua idéia, mas te digo amigo... não haverá credibilidade, haverá centralização, e muito mais desigualdades!!!

eibanez.ernesto@gmail.com disse...

Ahora toca la Olimpiada de Brasil de donde ya se dice que las prostitutas estan aprendiendo ingles, ¡ que sociuedad tan explotadora!!!! ver este enlace Olimpiadas 2012