O incontestável crescimento econômico no país, nos últimos anos, fez surgir uma massa de consumidores de turismo dentro da classe C brasileira, conseguintemente, a busca por turismo internacional sofreu um boom histórico, nunca houve tantos visitantes brasileiros pelo mundo. Também estão guardados nesse prisma os estudantes que partem para o exterior em busca de intercambio cultural e conhecimento. Em contraste com o esse virtual cenário de bonança no patamar econômico, outros brasileiros menos abastados, vêem noutros países, oportunidades de trabalho, e melhores condições de vida que no Brasil não se tem, são a maioria, os imigrantes sazonais. Os modos de vida do brasileiro no exterior são bastante peculiares, tão peculiares que ajudaram a montar a figura do cidadão brasileiro que é exportada para os gringos. O estereótipo socialmente construído sobre a imagem do imigrante brasileiro não é lá tão enaltecedor, muito menos digno; o ‘padrão-Brasil’ tem como primeira característica atribuída, a ilegalidade, sem o salvo-conduto nossos compatriotas são alvos em potencial de qualquer mínimo delito. Em tempos de crise, como agora, onde os instintos ultranacionalistas estão cada vez mais aguçados, a xenofobia torna-se um fenômeno nítido em qualquer nação rica e soberba; apontados a dedo-duro e enxotados da sociedade sob a acusação de tomar os empregos que poderiam ser dos cidadãos locais, passam por situações desagradáveis e constrangedoras. A burocracia e dificuldade que há para se ingressar em um país da Europa ou nos EUA mostram o magnânimo desprazer que têm em receber estrangeiros, sobretudo de país pobres.
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Continuando, o brasileiro adquiriu certa “fama” no cenário internacional, que é a de caçar ascensão social e destaque, seja pelos meios menos usuais possíveis, a exemplo da prostituta brasileira que se envolveu num caso libidinoso com o ex-prefeito de Nova Iorque; mas com certeza existem exemplos, mas agravantes, para não dizer detestáveis ou execráveis, o que nos deixa irresolutos como brasileiros, a ponto de envergonhar. Suportar a presença de um brasileiro no exterior parece está sendo uma tarefa a cada dia mais enfadonha; em eventos internacionais, transmitidos ao mundo, em que o Brasil esteja sendo representado de alguma maneira, sempre há um típico e estereotipado brasileiro com o inseparável “kit do brasileiro”: a peruca verde e amarela, a corneta nas mesmas cores e a glamorosa, exaltante e enorme bandeira do “brasilzão” nas costas, que com seus pandeiros e bombos, destoam um som grave no sensível tímpano do gringo. Expostos ao ridículo, essa aparência tem sido exportada como um produto, criou-se uma indústria; quem nunca notou aquele grupo de mulatas em trajes mínimos, dançando ao som do samba numa arquibancada qualquer pelo mundo. Incompreensível, é o fato de que quando estão em terras tupiniquins não demonstram esse nacionalismo exacerbado. Estando aqui há uma inversa, somos antropofágicos, queremos ser europeus, seguimos a mítica do macaco, sempre imitando, reproduzindo e admirando a cultura alheia, alienados, aceitando e gozando com aquilo que nos é imposto externamente. Falta nacionalismo, falta amor ao que é nosso quando estamos no nosso país. Deve ser essa a razão do brasileiro no exterior, poder liberar seu espírito verdadeiramente brasileiro.