segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Olimpíadas: o reflexo da economia mundial

As olimpíadas, maior evento esportivo histórico mundial, começará dia 8 em Pequim repleta de polêmicas, dentre as tais, as grandes células de poluição que afetam e incomodam a respiração dos atletas e a situação político-social no Tibete, ameaças de boicote, que com certeza serão tema de protestos durante os jogos, tirando à parte os desastres naturais que vêm ocorrendo no país. Os jogos desse ano também pode marcar o fim da soberania do Estados Unidos no quadro de medalhas, já que em Atenas os chineses ficaram apenas a três ouros dos americanos, e agora, depois de quatro anos de investimentos astronômicos em "massa desportiva" vêm com todo poderio para arrebatar o 1º lugar dos EUA. Se isso realmente vier a acontecer, somente consolidará uma tendência que segue em vários ramos estruturais da sociedade, um deles a economia; com o mercado internacional hospedando um membro de peso relevante, que vem se apossando de fatias de capital mundial que antes só os americanos saboreavam. O comércio chinês vem invadindo os países, inclusive os EUA, de forma substancial, intensa e sem trégua com os produtos pirateados, de baixa qualidade, sem respeitar patentes, praticando uma concorrência desleal e arbitrária sob o olhar de uma OMC (organização mundial do comércio) até certo ponto inerte.

Observando e analisando o quadro de medalhas das olimpíadas de Atenas, vemos que entre os 10 primeiros colocados no ranking todos são nações de 1º mundo, sete membros do denominado G8 também estão nessa tabela. Essas posições não deverão ser muito alteradas nos jogos de Pequim, pois, países emergentes esportiva e economicamente não deverão figurar nos primeiros postos, e o prognóstico para Londres 2012 parece não ser diferente. Enquanto isso, a Rodada de Doha trilha seu caminho de insucessos, sem o fim dos subsídios agrícolas dos países ricos, ferindo "legalmente" os princípios de concorrência livre e leal da OMC. Lula, o principal interpelador da causa "Doha", diz que mesmo com os fracassos do acordo, continuará na luta pela maior competitividade das nações pobres no comércio exterior. Como nas olimpíadas o cenário se repete no mercado econômico, os "ricos" lideram e dominam as competições, e ainda dão as fichas do jogo, cabendo aos emergentes ajustá-las de maneira que haja as menores percas possíveis. Simplistamente falando, poderíamos propor que a colocação de um país no quadro de medalhas dos jogos e diretamente proporcional ao poder e eficácia que seu sistema econômico exerce e o quanto isso e empreendido no esporte-educação, claro, com algumas exceções que fogem desse pressuposto.

Traçar esse paralelo entre esporte e economia nos faz atentar para a ligação intrínseca que há entre essas duas grandezas; um país forte financeiramente que invista em esporte-educação terá êxito em suas conquistas desportivas que também trará retorno para a sua conduta sócio-econômica. Ao passo que, os Estados Unidos se perdem na "guerra", esbanjam bilhões nos gastos públicos, tentam se esquivar da crise imobiliária, a China faz sua parte, embora que se utilizando de meios duvidosos, cresce em um ritmo eufórico de mais de 10% ao ano, criando um verdadeiro "dragão oriental" a ponto de tragar a Águia Calva do ocidente.

24 comentários:

blog disse...

Vc falou tudo - ou quase.
sua análise é bastante procedente, mas não se pode esquecer que a economia chinesa se faz em cima do desrespeito aos direitos humanos (que os próprios chineses legitimam) e, como vc mesmo afirma, em cima da pirataria.
É um país, na verdade, pobre, do ponto de vista populacional.

Chinês não quer liberdade nem qualidade de vida. Quer grana, e acredita que tendo férias uma vez por mês é passaporte para isso.

Quant ao quadro de medalhas, no total os americanos dão um banho.
Ou só valem medalhas de ouro?

Valeu.

Anônimo disse...

adorei sua análise e comparação entre os jogos olímpicos e a situação socio economico dos paises.
fico muito triste que no Brasil não haja investimento nos jovens através da prática de esprtes...é, mas, isso é uma das características de pais subdesevolvido.

Artur disse...

mtu boa analise...com direito a tabela e tudo...

enfim...bom blog

Edu França disse...

O que é a China, cuidado, cuidado!

sacodefilo disse...

Não dá para negar que a China é uma potência em diversas áreas. Ainda engatinha como nação civilizada (entenda direitos humanos), mas acho que essas mudanças são o inevitável. Questão de tempo.

Jonatas Fróes disse...

O império americano começa a entrar em declínio, algo que todo império, históricamente falando, já passou. O possível sucessor seria a China, com sua política depravada e ditadora. Essa explosão de crescimento principalmente acontece em detrimento de sua governança. Ao restringir a cultura, o acesso à informação, a economia, conseguem fabricar uma sociedade alienada que não luta por seus direitos.

É uma potência perigosa!

[]'s

http://musica-holic.blogspot.com/

Fernanda Santiago Valente disse...

Pois é, está aí uma questão absurda. Infelizmente é assim. O lado forte (dinheiro) sempre estará no primeiro plano.

Erich Pontoldio disse...

Onde tem dinheiro ... tem qualidade

Pq nossos melhores atletas não treinam no Brasil?

Anônimo disse...

a maioria CAGA quando reclama de Direitos Humanos, como se NÓS tivéssemos isso hahahahahahahha

ou a galera ta sendo HIPÓCRITA ou ta sendo IGNORANTE(pq inocente não existe).

Direitos humanos não existe aqui e nem em muitos lugares. A FALSA propaganda contra a China é uma resposta ao medo do crescimento da mesma. A má propaganda desse País nada mais é do que uma reação ao medo que ele provoca.

Direitos humanos só funciona para traficantes genocídas, que quando mata centenas de pessoas e querem matar, fica sendo escoltado pela Polícia para não matarem.

A China já é uma potência maior que os americanos e possuem mais armas e maior exército! Maior crescimento em todas as áreas, e não é por causa de Pirataria e Maus tratos.
deve-se ver um quadro pelo geral, e não só or onde interessa(ou te mostram).

E sim, a China se não for nesse, provavelmente irá superar os EUA em medalhas.

Abraços.

Laura Gelbecke disse...

quero ver com os tremores de terra, além de tudo.

Lucas Fernandes disse...

Neto,

A China evvlui de maneira espantosa e surpreendente. Sua economia forte certamente ameaça os Estados Unidos, assim como seu exército esportivo. Digo, exército, afinal o país ainda é movido pelo desreipeito aos direitos humanos, violentando sua população e aqueles que desafiam o PCC.

Bem, a República Popular tem tudo para superar os Estados Unidos, que não mediram esforços para contornar os efeitos da subprime.

Bom blog e texto bem fundamentado. Eu e meus colegas, do blog Sem Fronteiras também abordamos aspectos da China em uma série - China Sem Fronteiras - Os caminhos de Beijing 2008.

Fica o convite para que você conheça nossa proposta de jornalismo.

Abraços.
___________________________________
http://semfronteirasnaweb.blogspot.com

Portal Veritas disse...

Um ponto positivo das olimpíadas serem na China é a divulgação do impasse com o Tibet. É uma forma de nós lembrarmos das crueldades impostas pelo governo de Mao Tsé Tung ao pacífico povo das montanhas.

Stanley Marques disse...

Neto, excelente texto! Seu artigo vai ao encontro das previsões da International Poverty Centre. Segundo tais projeções, a China ultrapassará a liderança econômica mundial dos EUA em 2020. Pena que, também nesta área, as grandes potências se darão melhor!

Convido você a dar uma passadinha no Antologia Racional
http://www.antologiaracional.com/
abraços.

Anônimo disse...

Tbm acho que a China deverá vencer no numero de medalas, mas e esperar pra vÊ.

Abraço

Anônimo disse...

Tbm acho que a China deverá vencer no numero de medalas, mas e esperar pra vÊ.

Abraço

Euzer Lopes disse...

Isso mostra que em alguns lugares (o que não é o caso do Brasil) esporte não é uma "atividade supérflua", que as pessoas precisam criar espaço em suas agenda para praticar.
Nesses países, o esporte acaba sendo um modo de vida.
Bem, viver do esporte, se quando a pessoa chega aos 30 está considerada "velha", não sei como se processa lá.
De qualquer forma, se o Brasil obtiver dois ouros, que se dê por feliz.

G.B. disse...

Muuito bom o que vc escreveu.
Gostei do blog.
Beijo beijo;

Yuri disse...

Vai ser jornalista!?
Sim, muito bom o que escreveste...!
Nesse caso aí, da parte econômica.... Ninguém é santo... Isso sim...!

VLW!

Anônimo disse...

legal o texto
abração
http://blogaragem.blogspot.com

Anônimo disse...

Legal o texto. O da favorita tbm ficou bacana.
VLW

Blog disse...

parabens pelo blog...
gostaria de ser parceiro do seu blog
http://redenews-edu.blogspot.com/

Blog disse...

parabens pelo blog...
gostaria de ser parceiro do seu blog
http://redenews-edu.blogspot.com/

Unknown disse...

Essa disputa marcial de quem é grande e quem é pequeno se formou a mais ou menos uns 400 anos atrás. Desde então, a DIT(Divisão Internacional do Trabalho) é quem define quem vai ficar com o maior pedaço. A China é um exemplo de como países considerados de "Terceiro Mundo" podem vir a causar uma ameaça às nações detentoras de 30% do PIB Mundial. A questão é: O modo que a China utiliza para transformar sua economia e conseqüente o Globo um pouco mais vermelho e oriental é certo? Seria pela exploração de cerca 1,7 bilhões de chineses? mercado consumidor extremamente gigante? mão-de-obra absurdamente barata? Bem, digo que é por todos estes fatores, e considero a China uma nação forjadoura de sua imagem. Uma imagem de uma futura potência que cresce economicamente, que mostra nas conquistas olímpicas, o potencial de todo o seu sistema educacional e esportivo. Enquanto o chinês que planta arroz, sequer possui uma televisão para assistir seus amados conterrâneos contribuirem para esta grande e aterradora "Massa Populacional Convincente".
http://limoeirodecafe.blogspot.com

Lelli Ramz disse...

VAmos torcer pelo Brasil..

valeu.. beijos Lelli